O Projeto Minerva nasceu no Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação e Cultura. Foi iniciado em 1º de setembro de 1970. O nome Minerva é uma homenagem a deusa grega da sabedoria. Do ponto de vista legal foi ao ar tendo como escopo um decreto presidencial e uma portaria interministerial de nº 408/70, que determinava a transmissão de programação educativa em caráter obrigatório, por todas as emissoras de rádio do país. A obrigatoriedade é fundamentada na Lei 5.692/71.
O objetivo maior do projeto atendia à Lei nº5.692/71 (Capítulo lV,artigos 24 a28) que dava ênfase à educação de adultos.O parecer nº 699/72 determinava a extensão desse ensino, definindo claramente as funções básicas do ensino supletivo: suplência, suprimento, qualificação e aprendizagem. A meta a atingir pretendia utilizar o rádio para atingir o homem, onde ele estivesse, ajudando-o a desenvolver suas potencialidades, tanto como ser humano, quanto como cidadão participativo e integrante de uma sociedade.
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Podemos destacar como principais características do Projeto Minerva:
a) contribuição para renovação e o desenvolvimento do sistema educacional e para a difusão cultural, conjugando o rádio e outros meios.
b) Complementação ao trabalho desenvolvido pelo sistema regular de ensino;
c) Possibilidade de promoção da educação continuada;
d) Divulgação de programação cultural de acordo com o interesse da audiência;
e) Elaboração de textos didáticos de apoio aos programas instrutivos;
f) Avaliação dos resultados da utilização dos horários da Portaria nº408/70 pela emissora de rádio.
O rádio foi escolhido quando da idealização do projeto em função dos seguintes aspectos:
a) Custo mais baixo no que se referia a aquisição e manutenção de aparelhos receptores;
b) A familiaridade da clientela com o rádio.
O projeto contou com a seguinte estrutura:
a)Recepção organizada - desenvolvia-se em radiopostos locais, onde 30 a 50 alunos se reuniam, sob a liderança de um monitor, para ouvir a transmissão das aulas. O radioposto funcionava em escolas, quartéis, clubes, igrejas e outros locais.
b)Recepção controlada - os alunos recebiam isoladamente a transmissão dos cursos reunindo-se semanal ou quinzenalmente sob a orientação do monitor, a fim de discutir idéias e dirimir dúvidas.
c)Recepção isolada- os alunos recebiam emissões em suas casas.
De outubro de 1970 a outubro de 1971 participaram do Projeto um total de 174.246 alunos, desses: 61.866 concluíram os cursos. De outubro de 1971 a dezembro de 1971 o projeto contou com as seguintes quantidades de alunos:
Recepção isolada-2.130 alunos
Recepção controlada-1.033 alunos
Recepção organizada 93.776 em 1.948 radiopostos.
A concretização dessa experiência demonstrou elementos negativos como a flutuação de matrícula e evasões durante o curso. Além disso, a Avaliação do rendimento dos alunos não foi concretizada, tendo os mesmos sidos encaminhados e orientados a prestar exames supletivos (Madureza) que acontecia duas
vezes ao ano sob a responsabilidade do Departamento de Ensino Supletivo- DSU/MEC.
Projeto Minerva na Amazônia.
Na Amazônia foi implantado o curso Primário Dinâmico de oito meses, atingindo uma única região brasileira que ainda não havia sido beneficiada pelo programa.
A popularidade do Programa foi uma conseqüência do trabalho da atriz Anita Taranto, que interpretava a professora no programa radiofônico - reconhecida pelos alunos que aplaudiram quando a mesma compareceu para fazer a entrega dos certificados no Estádio de futebol Rio Negro, em Manaus.
Projeto Minerva no Rio de Janeiro.
Foi importante a experiência deste Projeto nas favelas do Rio de Janeiro (biênio 1981/1982), visto que as mesmas abrangiam 32% do total de habitantes do estado e comportavam pessoas oriundas de várias partes do território nacional.
O Projeto Minerva constituiu-se em um importante laboratório de experimentação, permitindo avaliar positivamente as possibilidades do uso do rádio educativo em nosso País.É importante destacar porém, que o contexto brasileiro favoreceu o uso do programa para uma educação massificadora e pouco preocupada com as condições sociais do país. Este projeto deve ser lembrado no sentido de não cometermos no presente os erros históricos do nosso passado recente.
Oficinas de Radiojornalismo.
Este é um projeto ainda em execução na Bahia. Consiste num conjunto de oficinas de rádiojornalismo e educação, que passaram a ocorrer por iniciativa do Projeto Nordeste e do UNICEF. Nos anos de 1997 e 1998 foram capacitados 565 locutores e produtores com mais de um ano de experiência e que tinham interesse
pelos assuntos da educação. Todos participavam de programas radiofônicos com bom alcance. As oficinas têm apoio do FUNDESCOLE e do Consórcio vencedor de licitação internacional para realização das mesmas. Os radialistas e o consórcio terão a responsabilidade da produção de uma cartilha sobre educação e um jornal para a Rede Comunicação Pela Educação. Um bom exemplo dos frutos desta iniciativa é a experiência realizada no município de Santos Estevão – BA, distante 39 Km de Feira de Santana. No dia 12 de maio do corrente ano, o radialista Luciano Braga, da Rádio Paraguassu FM, estreou um programa intitulado o Momento da Escola com 30 minutos de duração todas as Sexta-feira pela manhã. O programa realiza debates com educadores, secretários municipais, etc. O próprio radialistas é um professor da rede pública municipal.
http://www.eps.ufsc.br/disc/tecmc/bahia/grupo8/site/pag6.htm
Prof. André
ResponderExcluirGostei do seu blog, que mostra um pouco mais o contexto do surgimento do EAD no Brasil.
Outro ponto que não podemos esquecer é a QUALIDADE DA EDUCAÇÃO, porque tanto há escolas e faculdades trabalhando com qualidade, como também aquelas que deixam a desejar, alunos interessados e muitos querendo somente o diploma. Precisamos estar entre os melhores no quesito educação para alavancar ainda mais o crescimento do nosso país.